Sapientia et Fortitudo

Sapientia et Fortitudo
Ecce Homo

segunda-feira, 22 de novembro de 2010

Meu diálogo

Por quê?
- Não sei.
E queria saber?
-Talvez.
Como estava?
-Sozinho...
Sentiu algo?
-Acho que nada.
Nem dor, tristeza ou alegria?
-Estou inerte.
E o que pensas fazer?
-Boa pergunta.
O que seria melhor neste momento?
-Silêncio.
Silêncio?
-Sim
E o coração?
-Permanece imóvel.
E a mente?
-Bloqueada.
Lembranças?
-Me transformei em você.
Mais eu sou você!
-Tens tanta certeza disso?
Ás vezes acho que não.
-Tens dúvidas então?
Sim...E como está?
-Estranho.
E sabe o por quê?
-Porque vi nossos olhos no espelho.
E então?
-Difícil explicar.
Já disse que eu sou você.
-Então por quê me perguntas?
Talvez eu precise saber.
-Mas você sou eu!
Talvez...Ainda sonhas?
-Também não sei.
E nossos olhos?
-Permanecem intactos no espelho.
Desilusões?
-Apenas a vida.A vida e a solidão.
E o que enxergas ao ver nossos olhares perdidos no mesmo reflexo?
-Tortura... ódio e fascinação.

LArs

quarta-feira, 17 de novembro de 2010

Medo

Qual será o som do medo?
Um grito. Um sussurro.
A voz retorcida da dor.
O pingo. Um respingo contorcido do corpo.
Uma cor muda.
Um eco.
O uivo noturno da solidão.
A rouquidão diária do desespero humano.
O tic-tac, as buzinas, os motores.
Latidos da miséria.
O rugido de um segredo.
Passos obscuros na madrugada vazia.
A quietude triste do nosso mais perfeito instante.
Uma explosão.
Um sopro infinito.
O barulho de um suspiro.
Um último batimento cardíaco.
Silêncio...
O que será o medo?

LArs