Sapientia et Fortitudo

Sapientia et Fortitudo
Ecce Homo

sexta-feira, 12 de agosto de 2011

Vamos acampar esta noite
Fazer uma fogueira
Ouvir o estalar dos gravetos
Sob a proteção de Vulcano
Enquanto nossas almas caminham descalças
Sob o céu de Mercúrio
Vamos sentar em pedras imóveis
Ver nossos rostos iluminados pela lua
Os sorrisos ardentes
Olhares queimando na mesma direção
Cantaremos alto
Ninguém ouvirá nossas vozes
Vamos nos silenciar
Sentir apenas nossa presença
Fundindo nossos corpos
Em uma noite especial
Acordar com os raios do sol
O canto dos pássaros
O barulho leve da água
Que escorre por uma cachoeira de significados
Sentir a vida pulsar
Olhar as cinzas que restaram de nossa fogueira
As brasas que queimam sem medo.
Evaporam - se as últimas estrelas da madrugada
Perceber as leves chamas que se dissipam ao vento
E que se transformam num sopro sedutor
Invadindo nossos corações.

[LArs]
Poetas sem frases
Escrevem num livro sem páginas
Gravam nas linhas do coração
Palavras insignificantes
E nos capítulos finais da vida
Rescitam versos e poemas de tristeza.

[LArs]





quinta-feira, 11 de agosto de 2011

" Você acorrentou meus sentimentos ao ponto de escravizá-los, porém hoje me liberto ao dizer que eles nunca foram teus."

[LArs]
A Solidão - Eis o segredo para minha progressão mental.
A distância que procuro manter da massa social exprime minha cabeça à elaborar questões e respostas de uma forma geral.
Ao andar pelas ruas observo todos os que passam por mim e a mairoria deles nem sequer sabem que eu existo, nem se importam com minha existência, então, quando me encontro em meu refúgio solitário psicológico novamente, analiso todos os olhares tristes e mortos com os quais me deparei e sinto pena de todas as almas que estavam ali.

[LArs]
"Deixem de tropeçar nos frágeis obstáculos do mundo e procurem o verdadeiro significado da vida com o sentido que há dentro de teus corações."

[LArs]
"As guerras são para os covardes, os verdadeiros heróis se recusam a atirar quando percebem tamanha ignorância."

[LArs]

Dias de abril

Lá se vão vinte quatro dias do mês de abril.
Cada qual com suas vinte e quatro horas mortas e enterradas pelo tempo.
Outono frio de um céu rabiscado de cinza.
O sol aparece tímido
Demonstra um sorriso triste no fim de uma tarde desgastada.
Pequena melancolia da natureza.
Algumas nuvens insistem em chorar.
Lágrimas derramadas pela inocência do céu.
A lua surge também de vez em quando
Acariciada pelo desespero da solidão em uma noite rabiscada de medo.
Os gritos se soltam.
Flutuam pelo ar, na imensidão de um outono desbotado.
Pequena melancolia da natureza despedaçada em detalhes.
Vozes abafadas que deslizam para o fim.
Um fim rabiscado de tristeza.


[Lars]
Nossas alucinações são dotadas de determinadas cores.Brancas como nuvens ou escuras como a morte.Tão verdes quanto a grama ou tão azuis quanto o céu.Algumas alaranjadas como um pôr de sol, outras acinzentadas como o medo.
Cores, que num contexto geral, formam uma aquarela de loucuras.

[LArs]
Dez palavras
Nove segredos
Oito suspiros
Sete noites
Seis lágrimas
Cinco delírios
Quatro distâncias
Três minutos
Dois caminhos
Um sonho
Nenhuma realidade
Nenhuma....


[LArs]
Eu te odeio!
Assim gritou o Amor, fruto da imaginação daquele que o fez.
Monstruosa imaginação. Monstruoso sentimento.
Fere, devora, consome, para no fim sorrir ao contemplar as lágrimas que desbotam seu olhar.
Eu te amo!
Assim murmurou o Ódio, fruto de um sussurro longínquo.
Distante sopro sedutor.
Perturba, paralisa, enfurece, para no fim acenar, observando teu sonho murchar, secar e morrer.
Preciso de você!
Assim implorou o Amor. Assim implorou o Ódio.
Frutos de uma dúvida constante. Frutos de uma covardia mendiga.
Questionários sem respostas.
Perguntas sem sentido.
Ameaças, significados, ilusões, para no fim se desfazer, olhando o vazio, sentindo o caos provocado dentro do teu coração.

[Lars]
Sou antítese, oposto
A parte cega de um olhar
O lado vazio de um copo cheio
A escuridão contida na luz
A seriedade embutida no engraçado
Sou abstrato, obtuso
Concreto, discreto
Segmentos.
A covardia de um herói
A coragem de um covarde
Sou pipa, sou vento.
Instinto, selvagem.
A parte triste de um sorriso
O composto daquilo que é simples
O lado errado daquilo que é certo
Sou circo, palhaço.
A cortina que nunca se abre
O silêncio da platéia
A vaia dos aplausos
O interruptor que apaga todos os holofotes.


[Lars]
Penso seriamente em me despedir
Dizer adeus
Maneira secreta de falar tristeza
Chorar trancado em você
Se esconder
Trafegar por entre teus pensamentos
Para depois fugir
Desintegrar-se diante teus olhos
Tornar-se uma utopia inútel
Uma ilusão
Invadir teus sentimentos
Para depois sumir
Deixar a lembrança de um sorriso
O gosto de um beijo
Desaparecer diante teus sonhos
Tornar-se apenas o resto
Resto de uma operação insignificante
Subtraindo desejos
Somando lágrimas
Chegando ao resultado exato do fim.


[LArs]
O que dizer sobre o vazio dos homens?
O que dizer sobre os homens vazios?
Comecemos por decantar as flores frias do inverno
Muitas delas sem perfume, outras sem paixão.
Observando as folhas que se despedem das árvores
Muitas delas sem pressa, outras sem sentido,
Todas para sempre.
Calo-me como se calam os galhos secos do destino
À espera de um tempo que passou
Garrafas e copos sem conteúdo
São como um deserto vazio, como homens vazios.
O silêncio invade a noite
O homem é uma brisa que grita ao invés de soprar
As montanhas se aproximam
Deuses, pássaros, sonhos
Tudo se extingue
Desmancha-se o último dos sorrisos
Penúltimo momento de um fim
Ainda restam algumas sílabas
As nuvens despencam em direção ao solo
Morte delicada que sopra ao invés de gritar
Folhas que sonhavam se recolhem
Choram
Adormecem ao infinito.

[Lars]
Sigo na chuva
Momento sem consolo
Numa noite tão insignificante quanto meus atos
Procuro em mim o que nunca encontrei em você
Possibilidade infinita de errar
Sonho na chuva
Segundos sem dor
Palavras insignificantes como a minha voz
Tento encontrar em você o que deixei perdido em teu olhar
Segredos, destino
Rosto desconhecido que me sufoca
Passos tão insignificantes quanto meu caminho
Possibilidade infinita de me perder
Procurando em você, o que sempre esteve dentro de mim


[LArs]