Sapientia et Fortitudo

Sapientia et Fortitudo
Ecce Homo

quarta-feira, 19 de janeiro de 2011

A fumaça embaralha-se ao vento
Desaparece
Mais um trago solitário naquilo que é vazio
Em mim!
Destila-se o silêncio
Vagos sinônimos
Vácuos de sentidos
Oculto meus desentendimentos
Desprendem-se palavras
Despedaçam
Decompõe
Desnutridas formas indesejáveis
Egos desmaterializam erros
Desmentem
Desculpas
Desacreditam
O ser mistura-se ao ar
Deforma-se
Mais um soluço vazio naquilo que é solitário
Em mim!
Desenvolvem-se sintomas
Destroem
Decepam
Destinos.

[LArs]

sexta-feira, 7 de janeiro de 2011

Sinto-me

De repente acordo no meio da noite
Vejo minha alma sentada no canto do quarto
Tão muda quanto meu peito
Formando um ângulo solitário
Com as paredes opostas do mundo
Oposta presença de mim mesmo
Reconforta-se no vazio do meu olhar
Me encara
Quieta, tão quieta quanto o tempo
Atravessa a fronteira do silêncio
Percorre a escuridão da madrugada
Incorpora-se ao meu corpo
Sinto-me
Agora há uma unica presença em meu ser
Que ainda há pouco
Se dividia em duas solidões

LArs

quarta-feira, 5 de janeiro de 2011

Existência

Duas e onze de uma quarta - feira sem sorrisos
Num daqueles dias que seria melhor não existir
Olho vagamente no vácuo do meu próprio olhar
A madrugada se estende num tempo indefinido
Em um desses momentos em que o tempo não deveria mais passar
Respiro profundamente num segundo qualquer
Num desses minutos que teu perfume deveria estar aqui
Uma voz implora por tua presença
Porém a ausência do teu corpo me torna vazio
Imóvel como uma pedra sem vida
Inerte como uma vida sem sonhos
Sufocado pelo desejo de te possuir
Algemado pela impossibilidade de te tocar
Em meus pensamentos te vejo sorrir
Na realidade necessito chorar
Em um desses instantes em que as lágrimas deveriam secar
Numa simples noite em que meu coração nada deveria sentir
Porém você existe, dentro e fora de mim

LArs