Sapientia et Fortitudo

Sapientia et Fortitudo
Ecce Homo

quinta-feira, 11 de agosto de 2011

O que dizer sobre o vazio dos homens?
O que dizer sobre os homens vazios?
Comecemos por decantar as flores frias do inverno
Muitas delas sem perfume, outras sem paixão.
Observando as folhas que se despedem das árvores
Muitas delas sem pressa, outras sem sentido,
Todas para sempre.
Calo-me como se calam os galhos secos do destino
À espera de um tempo que passou
Garrafas e copos sem conteúdo
São como um deserto vazio, como homens vazios.
O silêncio invade a noite
O homem é uma brisa que grita ao invés de soprar
As montanhas se aproximam
Deuses, pássaros, sonhos
Tudo se extingue
Desmancha-se o último dos sorrisos
Penúltimo momento de um fim
Ainda restam algumas sílabas
As nuvens despencam em direção ao solo
Morte delicada que sopra ao invés de gritar
Folhas que sonhavam se recolhem
Choram
Adormecem ao infinito.

[Lars]

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